Fibra de croá
Em cada matéria-prima que a caatinga oferece, mora a história de nosso povo. também conhecida como coroá, caruá, coroatá, seu nome em tupi (kará wã) significa talo com espinhos. Para cada peça que existe, o processo por trás começa ainda na coleta. “ir ao mato”, trazer a fibra, tratar, secar, preparar o fio, trançar. Acima de ser um processo bonito, mora o mais importante: ser o sustento de comunidades em toda a extensão do sertão do Brasil. Direto do distrito de Pindoguaba, no município de Tianguá, na Serra da Ibiapaba, vem a fibra do Croá e os saberes artesanais das nossas coleções.
O fazer
O primeiro processo é fazer a coleta das melhores folhas. A planta não é retirada por completo, apenas é feita uma poda em um manejo sustentável, e em um ano as folhas já brotaram novamente e estão prontas para uma nova coleta. Depois, uma espécie de polpa úmida que preenche a folha é retirada com auxílio da faca e de outras ferramentas improvisadas, até que a folha fique bem maleável e desfiada. Então ela é posta pra secar ao sol por alguns dias e já se transforma em uma espécie de barbante rústico. É a partir dele que as peças serão criadas, organizando esses fios de maneiras diversas manualmente ou em tear.
Um mapa de significados
Croá: Croá é como é chamada a planta caroá na região do Tianguá. É um tipo de romélia de poucas folhas, com flores vermelhas ou rosadas. Seu nome vem da palavra em tupi kara wã, que significa talo com espinho.
Tear: Estrutura ou máquina usada na tecelagem para entrelaçar fios de urdume e rama, criando tecidos, padrões e texturas.